segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Estudo - A família e as drogas


─ O que caracteriza um vício?
R: Defeito que torna alguém inadequado a determinado fim; tendência para determinado mal; disposição contumaz para o mal; costume moralmente censurável; hábito nocivo.

Para falarmos sobre vícios e drogas, falemos primeiro sobre a vida de cada ser.

1. A FAMÍLIA
1.1 - Origem dos agrupamentos familiares
A família é uma instituição divina: sob supervisão de Espíritos moralmente elevados, formam-se, ainda no plano espiritual, os agrupamentos familiares.
Para a elaboração das coordenadas da futura família terrestre, aqueles protetores espirituais, quase sempre, convocam os Espíritos que irão compô-la, a breve tempo de reencarnação.
Embora uma que outra família, tenha a união com base em laços de amor, visando a realização terrena de tarefas missionárias, a benefício da Humanidade, na maioria as uniões familiares se dão por fortes elos de ódio, justamente para que tais elos se dissipem.
Geralmente, na família estão parentes da segunda vertente. Eis o que a respeito leciona o Espírito Emmanuel, à questão 175 de "O CONSOLADOR", Ed.FEB, Rio/RJ: "purificadas as afeições, acima dos laços do sangue, o sagrado instituto da família se perpetua no Infinito, através dos laços imperecíveis do Espírito".
Dessa forma, o consórcio familiar resulta de acordos realizados ainda na Espiritualidade, não raro sob supervisão de mentores, nada obstando que exista também aquele cujo compromisso é assumido pelo livre-arbítrio dos que irão vivenciá-lo.
OBS: Em "Estudando a Mediunidade", Cap XVIII, Ed. FEB, Martins Peralva comenta sobre os cinco tipos de casamentos (acidentais, provacionais, sacrificiais, afins, transcendentes). Vale a pena conhecer tais comentários, que são desdobramento das informações prestadas pelo Espírito André Luiz, no Cap 14 de "Nos Domínios da Mediunidade", Ed.FEB.

1.2 - O amor ou ódio entre familiares
- A questão 939 de "O Livro dos Espíritos" comenta o caso das uniões que começam com amor e terminam em ódio.
Kardec sugere a existência de dois tipos de afeições: as do corpo e as do espírito.
A primeira acaba em desilusão. A segunda, perpetua-se.
Ainda Kardec, em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", no capítulo XIV, registra que os laços de sangue não estabelecem, necessariamente, os laços do Espírito: se numa família encarnam Espíritos simpáticos, quase sempre, o contrário pode ocorrer e aí, somente o Espiritismo poderá iluminar essa complicada questão, através dos postulados da reencarnação (vidas sucessivas).
Emmanuel, em "Vida e Sexo", capítulo 13, Ed.FEB, alerta para o cuidado de dois seres que uniram-se devem ter quando entre eles surge alguém: quase sempre é o passado retornando...
E no capítulo 15, falando sobre "Desvinculações", reflete que quando dois seres que se amam cometem enganos e erros, em vidas futuras podem voltar na posição de pais e filhos e é aí que, no enternecimento do lar, a ternura vivenciada asserenará tais almas e purificará esse amor.  Não é raro verificar-se nos lares que os pequeninos, com a amnésia natural da infância, logo demonstram inclinações descontroladas, pelo pai ou pela mãe — meninos, pela mãe;  meninas, pelo pai.
Esses reencontros não acontecem em todos os lares, adverte aquele Instrutor Espiritual, mas onde surgem, caracterizam sempre uma oportunidade de desvinculação.
Interessante registrar que Sigmund Freud (1856-1939), o "pai da Psicanálise", analisando tais ocorrências (vinculações entre filhos e pais), estabeleceu o chamado Complexo de Édipo (maior atração do filho pela mãe, do que pelo pai). Curioso que Freud nada registrasse sobre a recíproca: meninas que demonstram maior apego ao pai. Disso incumbiu-se Carl Gustav Jung (1875-1961), aluno de Freud, que interpôs o Complexo de Electra ao de Édipo, referindo-se mais a mulheres que, sentindo a perda de uma relação infantil com o pai, não conseguem preencher o vazio emocional deixado por essa perda, passando a isolar-se e a ter dificuldades nos relacionamentos amorosos.
Ambos os notáveis cientistas, para tanto, socorreram-se da mitologia grega, mas deixaram descoloridos esses preciosos estudos ao deles excluir (por força do cientificismo oficial reinante?) os postulados da reencarnação — que conheciam —, cuja irretorquível lógica os explicita.
No caso da desagregação familiar, atualmente de forma avassaladora, não se pode debitá-la apenas às injunções modernas (pais no trabalho, filhos criados por babás, programas televisivos inconvenientes, o "cativeiro"  da Internet, etc.). Se em seu bojo a modernidade impõe desenfreado consumismo, com os filhos querendo ficar "na moda", para tanto obrigando os pais a trabalharem mais, a resultante será diminuição do tempo deles (os pais) junto à família.  Não satisfeitas as exigências dos filhos, eles e os pais logo serão visitados por frustrações, angústias, estresse, tudo desembocando em perigosa depressão.  Aí...

2. DROGAS – Legais ou ilegais
—  Por que alguém vai às drogas?
R:  Busca de novas sensações  /   Desconhecimento da finalidade da vida  /  Estimulante físico e mental (vestibulandos, motoristas, jogadores, artistas, atletas, “freqüentadores da noite”, etc); por depressão (tristeza contínua, angústia, descrença em valores morais).
— Por que a maioria dos viciados é jovem?
R: Jovens são mais ávidos de "novidades" (no caso, por curiosidade)  /  Por rebeldia  /  Busca de auto-afirmação, às vezes não encontrada no lar, onde sentem-se rejeitados.
R:— Qual o primeiro passo para o vício? O álcool?
R: Sim. Em geral, é o álcool. Nas "festinhas familiares", comemorando-se o "primeiro aninho" do filho, quase sempre os pais molham a chupeta dele, na cerveja ou no uísque, para que "a criança não fique com vontade...".
— Qual seria o segundo passo? O cigarro?
R: O cigarro! Em 100% dos casos, por imitação. Ou dos pais, ou dos colegas, ou dos astros de filmes e televisão, etc.  O tabagismo não se dá por curiosidade, mas sim é fruto de indução. Há até um costume masculino bobo: presentear amigos com charutos, quando nascem filhos...
— Então os filhos podem ir ao vício, a partir do exemplo dos pais?
R: Certamente. Pai e mãe, tensos ou felizes, fumando e bebendo, em suas frustrações ou nos seus sucessos, não será de espantarem-se quando o filho, ao crescer, fizer o mesmo, pois eles próprios foram os avalistas disso.
Nunca se deve esquecer que o pai e a mãe são "os primeiros heróis" de toda criança, pela ascendência moral que Deus lhes confia na criação filial.
— Há possibilidade de algum tóxico causar benefícios físicos?
R: De um modo geral, por enquanto, raramente. A morfina, que na verdade origina-se do ópio, é utilizada por pacientes em estado terminal, para aliviar-lhes dores atrozes, se for o caso;  por outro lado, utilizada na busca de euforia, geralmente leva o viciado a desordens físicas e intelectuais, anulando-lhe vontade e moral.
Atualmente estuda-se a utilização da maconha em pacientes com patologias cerebrais.
Mas, por enquanto, essas são notas pequenas, ante aquilo tudo o que há na natureza, sempre com alguma finalidade. As plantas das quais são extraídas as drogas, a um tempo de melhoria moral terrena, talvez se prestem a alguma finalidade específica medicinal, hoje ainda desconhecida. Sim: Deus não faz nem cria nada inútil!
— Há sempre danos físicos resultantes da toxicomania?
R: Sempre. E terríveis: cativeiro orgânico e moral (dependência) de difícil liberdade. Decadência da saúde, até à morte. Verdadeiro "suicídio indireto".
Aliás, drogas legais (álcool e cigarro), aliadas ou não às drogas ilegais (maconha, cocaína, crack, heroína, bem como as sintéticas — LSD, ecstasy, etc.) constituem um verdadeiro "kit suicídio", ao qual, via de regra, não faltam o sexo promíscuo e o crime.
— Há danos espirituais?
a. No Perispírito: liberação do subconsciente, com lembranças distorcidas do passado;  a fixação do vício resultará em danos nas estruturas sutis, pelo que, nas próximas reencarnações, a pessoa reencarnará com problemas inatos.
b. Vampirização: O Espírito André Luiz, em "Nos Domínios da Mediunidade", Cap. 15, Ed.FEB, relata como junto a fumantes e bebedores inveterados, criaturas desencarnadas sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelos pulmões que as expulsavam; outras, aspiravam o hálito de alcoólatras impenitentes.
            OBS: A propósito dessa informação de A.Luiz, vejamos "O Livro dos Espíritos":
Questão 459: Estamos constantemente sob influência espiritual;
Questão 474: Subjugação de um Espírito sobre um encarnado, por sua fraqueza;
Questão 475: Para afastar esse domínio: VONTADE FIRME.
Questão 492: Todos na TERRA — do nascimento à morte — têm um Espírito Protetor (Anjo da Guarda).
c. Destruição da defesa espiritual: Em "Evolução em Dois Mundos", capítulo 17, Ed.FEB, o Espírito A.Luiz proclama: (...) o homem encarnado possui na aura um campo espiritual de defesa (...) na forma ovóide (...) qual couraça vibratória (...) espécie de carapaça fluídica.
OBS: Na Revista REFORMADOR/Outubro-1997, da FEB, há artigo sobre o tabagismo, expondo como essa tela se rompe, formando buracos, por onde penetram energias bastardas.
De nossa parte, talvez nos seja lícito imaginar que o mesmo há de ocorrer com os demais vícios, ou ante a prática da crueldade, suicídio, aborto, hipocondria  e na eutanásia.

3. PREVENÇÃO À TOXICOMANIA
De longe, em primeiríssimo lugar, compete aos pais, prevenir, proporcionando aos filhos:
- exemplos dignificantes no lar
- educação moral, à luz do Evangelho, enaltecendo os valores do Espírito
- transparência total no lar: pais tratando o problema de frente, mostrando ao filho todas as injunções sociais, morais, físicas e espirituais: do contrário, o jovem se apropriará de verdades distorcidas, nas ruas, juntamente com o sentimento de que os pais tentaram enganá-lo...
- atender o filho apenas nos desejos compatíveis com a condição social da família, sem descuidar da responsabilidade decorrente; em outras palavras: há hora para o “não”;
- acompanhamento de mudanças de atitude (ao final, relacionamos algumas);
- acompanhamento carinhoso, mas vigilante da vida escolar e social do filho;
- realização do momento de preces no lar, com leitura e comentários do Evangelho (reunião semanal, no mínimo, em dia e hora pré-determinados).

4. LIBERTAÇÃO DOS VÍCIOS
ocorrerá pelo próprio dependente: através da VONTADE — ferramenta sublime!
E não estamos radicalizando: sem o impulso libertador, "de dentro para fora", poderá ocorrer impedimento à droga (por reclusão, internação compulsória em clínica, etc.), mas não repulsão a ela, que é o desejável, porque definitivo.
A vontade é bênção divina, inerente a todos os seres.  No caso do viciado, não há alternativa: somente sua vontade poderá libertá-lo; assim sendo, compete à família, aos amigos, à pessoa que o ama, despertar-lhe essa fantástica força — que ele tem —, mas que está momentaneamente eclipsada.  Uma forma será orar por ele. Outra será convidá-lo à reforma moral, mas de forma branda e sincera: engajando-o em atividades assistenciais, e, em paralelo, convidando-o a freqüentar o Centro Espírita, para assistir a palestras evangélicas, receber passes, etc. A questão 476 de “O Livro dos Espíritos” define bem isso, se considerarmos a hipótese bastante provável de infeliz sociedade espiritual no vício.
OBS: Recordando o Apóstolo Pedro, em sua 1ª Epístola: "Acima de tudo porém, tende amor intenso, uns para com os outros, pois o amor cobre uma multidão de pecados".
Ajuda externa: é indispensável. Quem ajudar ao viciado, terá que ser alguém que forme com ele um quadro de fraternidade incondicional. Ele é um doente. Precisa de cura.
OBS: Aqui, vale lembrar Jesus: "Os sãos não precisam de médico" (Lucas 5:31);
- Se o vício já irrompeu no lar, a família deve tratar o problema com compreensão e muito, mas muito mesmo, diálogo. Castigos, de qualquer espécie, só afastarão mais e mais o filho, que se sentindo desprezado pelos seus, irá buscar reconforto em companhias outras. Geralmente, outros viciados...
- Ainda nessa hipótese (do filho já estar viciado), se possível, afastá-lo do convívio social a que se prendeu, inclusive levando-o a tratamento médico. Mais do que nunca, aplicar-lhe o melhor de todos os antídotos contra qualquer vício ou desvio comportamental:
                                       A EVANGELHOTERAPIA !
                              -                   -                   -
ALGUNS SINTOMAS DE PESSOAS VICIADAS EM DROGAS EM GERAL:

Mudança de humor
inapetência (falta de apetite)
rir perdidamente de coisas sem graça
desleixo pessoal
falta de interesse sexual
olhar vago
reações lentas
ler livros referente a tóxicos
dilatação de pupilas e olheiras
vermelhidão no branco dos olhos (uso constante de óculos escuros)
sinais de picadas (escondê-las, usando camisa de manga comprida)
      OBS: por incrível que pareça, além do braço, a crônica médica
         já observou picadas (p/drogas) em outros lugares do corpo
manchas e feridas que não param de coçar
irritação sem motivo
depressão — angústia sem motivo
queda do rendimento escolar (pior: desistência dos estudos)
isolamento — ouvir músicas em altíssimo volume
presença de seringas, comprimidos e cigarros estranhos no quarto
companhias suspeitas
desaparecimento de valores do lar
etc.

Deve considerar-se que a presença dos sintomas acima, não significam, necessariamente que a pessoa é toxicômana.  Algumas das condições da vida moderna, podem fazer com que um ou alguns desses sintomas estejam presentes em não-viciados.
Via de regra, o que caracteriza a toxicomania, é o surgimento de sintomas, múltiplos, sem
causa(s) aparente(s) que o justifique(m).


                                  RIBEIRÃO PRETO/SP

                                          Eurípedes Kühl

2 comentários:

  1. Texto muito bem feito sob um tema tão complexo e pertinente...Parabéns Euri!

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  2. boa noite Sr Euripedes, excelente texto. parabens
    tenho um enteado que esta em processo de desintoxicação, e podemos ver claramente que o AMOR precisa imperar, atraves da paciencia, persistencia, pois cada pessoa tem seu tempo.

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