terça-feira, 28 de julho de 2015

Conto - A história de um sino


Há muito tempo, quando o homem descobriu o fogo, aqueceu o mineral e dele extraiu, dentre outros metais, o bronze.  Usou-o para fins os mais diversos, quase sempre ligados a utensílios de defesa, ou de ataque.
Muito tempo depois, quando o Espírito  já estava bafejado por mais saber, experimentou outras formas.  Entre afoito e incansável pesquisador, desde logo percebeu que, em formato côncavo, aquele metal prestava-se a emitir sons, desde que devidamente tocado por objeto de impacto para bater em seu interior.
Foi assim que nasceu o primeiro sino, provavelmente primeiro instrumento de som.
Desenvolvendo técnicas, progredindo em métodos, chegou-se ao sino com badalo (haste metálica terminada em bola), de diferentes tamanhos e espessuras das paredes.
Tamanhos ao infinito...
Sons também ao infinito...
Elegeu-se, como local principal de instalação, a dependência mais alta das construções, nos campos ou nas aldeias, nos castelos ou nas igrejas...
E hoje, pessoa não há que não sinta, no íntimo, a repercussão de um sino que plangentemente anuncie horários, deveres, fatos e avisos.
Essa é a história de um sino.

Igualmente, caros amigos, cada um de nós veio, na origem, de uma incrustação existente no Universo, formando um mundo particular, cujo início perde-se na memória.
Organizou-nos o Grande Criador como elemento de infinitas vibrações, repercutindo primeiro no nosso espaço interior e depois para toda a eternidade, em todos os quadrantes do espaço cósmico.
Nosso corpo é um sino que vibra através da ação do Espírito  que somos, tal como badalo que ora bate aqui, ora ali, tanto quanto ora somos bons, ora somos maus, ora temos fé, ora somos incrédulos, ora pacientes, ora inflamados, percorrendo as trilhas do Bem e do Mal.
Nossa inferioridade nos torna sinos trincados.
E sino trincado não soa bem...
Há que se refundi-lo e formar um outro, que não apresente os mesmos defeitos;  operação essa que deverá repetir-se até que a forma perfeita seja alcançada.  A essas constantes refundições o Espiritismo denomina reencarnações, pois, se somos tal qual sinos do mundo, podemos até nos comparar a eles, pelo nosso processo de reformulação constante.
Tal processo, um dia, distante no futuro mas aproximando-se a cada segundo, nos dará aquela forma que produzirá sons perfeitos.  Então entoaremos acordes quais os que já nos foram ensinados por um Sublime Maestro, há dois mil anos.  Seguindo-Lhe o exemplo, o de amar ao próximo, conquistaremos a melhor condição para sermos integrantes do Carrilhão da Vida, cujo perpétuo planger repercutirá até aos ouvidos de Deus.
Eis porque afirmamos que um homem de bem é como um sino de bom som


(Mensagem do Espírito Dulce, psicografia do médium Eurípedes Kühl, do livro Âncoras de Luz, 2003, Editora LEB  -  Edição esgotada)
O livro "Âncoras de Luz" está em e-book grátis, neste mesmo blog, na seção "Livros"



                                                                     

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